sábado, 11 de junho de 2016

"CHAVELHO"

Seja, sempre, acarinhada,
amargurada não seja a vida
nem em pensamentos injuriada
de ser vivida seja digna
nunca a vida seja desgraçada.

Não a uma folha comparada,
seca, no ramo da árvore  no outono
 em nenhum lugar seja abandonada
 merece carinho, e não abandono.

Por onde andas tu alegria,
qual foi o mal que te fizeram
devolve à vida a tua simpatia
onde não estás, te esperam.

 Dá-nos em adoçante,
os teus beijos embebidos
com voz meiga de amante
segreda-nos aos ouvidos.

Dentro duma cabana,
à luz da candeia
para alumiar a pestana
e satisfazer o bocejo...
Comendo um pedacinho de pão,
com azeitonas do chavelho,
para se manter a chama acesa,
na fogueira da paixão!

"Se um dia o sol se apagar,
no infinito dos céus
quero a luz do teu olhar
e o calor dos braços teus"
(Edumanes)

4 comentários:

  1. Lindo um belo poema meu amigo, gostei.
    Um abraço e um bom fim de semana.

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  2. Chavelho é um corno, não é Eduardo?
    Isso quer dizer que no Alentejo o usavam para levar as azeitonas para a merenda, assim como era usado antigamente para levar a pólvora para a espingarda de carregar pela boca.
    Muito me contas!

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  3. Este teu poema, como tantos outros que nos ofereces merece um prémio!
    Quanto ao chavelho, estava para ir ao dicionário, quando me lembrei o que o meu pai dizia quando algum vizinho o chateava: (O que tu merecias agora, era que eu te atirasse para os chavelhos dum touro)! E não era Alentejano, mas em novo ia para Bombarral trabalhar,(vergar a mola) logo aos quinze anos.

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    1. Há cornos em todo o lado,
      não são exclusivo do Alentejo
      pois, eu um dia bem passado
      daqui de onde estou te desejo!

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