sexta-feira, 30 de junho de 2017

"TALEGO"

Até conhecer o futuro,
do passado vou falando
 das verdades não fujo
se devagar vou andando.

 Lavrei a terra com o arado,
 com as mãos, do frio, dormentes
de tudo isso bem estou lembrado
na terra lancei as sementes!

No verão ficou o suor,
do corpo na terra caído
guardei gado fui pastor
com a foice ceifei trigo!

 Fui, de trigo, semeador,
só não fui manajeiro
da palha fui carregador
da eira para o palheiro!

Alguns metros distava,
 enfardada ou a granel,
ao fim da tarde se olhava
 para um talego sem farnel
(Edumanes)

6 comentários:

  1. No Alentejo é palha de trigo
    Na minha terra é de centeio
    Diz-me lá ó meu caro amigo
    Qu´é cas mulheres têm no meio!

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    1. Queres que te diga,
      às vezes duas bolas
      e uma coisa comprida
      para lhe fez cócegas!

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  2. Mais um belíssimo texto cheio de charme, sofisticação e beleza!!
    Um grande abraço Amigo!!

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  3. Um poema, que fala de outros tempos de outras vidas de outras dificuldades.
    Um abraço e bom fim de semana

    R: se já frequentava o Sexta em 2013 pode já ter lido o ROSA. Acontece que depois que decidi que o livro ia ser publicado, apaguei o conto do arquivo do blogue. Estou a repô-lo agora, porque uma grande parte dos atuais leitores não o leram há quatro anos e o livro está esgotado.
    Abraço

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  4. Então ó "Talego", como vão as moengas por aí?
    Eu já estou servido com uma talegada que nem te conto, além do que já sabes estive nove dias a tratar dos meus divertículos, estou em convalescença e já tenho agendada uma cirurgia às ernias, como vês a minha talegada está a ficar pesada, mas fui fuzileiro e a minha preparação está a ajudar!
    Um abraço meu amigo.

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    1. À cirurgia das hérnias fui submetido,
      depois disso na próstata fui cortado
      mas, meu amigo o que sofri, eu, te digo
      foi preciso para até à morte ficar curado!

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