sexta-feira, 30 de setembro de 2016

"SAIA DE FLANELA"

Recém-comprada,
na loja da Marinela,
Miquelina atarefada,
vestia saia de flanela.

Sorridente, satisfeito,
estava o Zé à janela
sentado no parapeito
olhando para os olhos dela.

Não sejas tagarela,
perigosa corrente de ar
fecha já essa janela
daí, não estejas a olhar.

Faz como o passarinho,
 a vida será mais bela sim
voa para junto de mim
 agasalha-te no meu ninho!
(Edumanes)

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

"EMPUNHANDO A ESPADA"

Gostos não se discutem,
nem a chorar, nem a sorrir
atrás das portas não escutem
o que não querem ouvir,

Para hoje a vitória poder festejar,
ontem, acreditei que o Glorioso
 fosse a casa do Nápoles ganhar,
perder com  mérito, não é vergonhoso
 acredito que a Águia continuará a voar
neste, nosso Portugal, país maravilhoso,
jardim colorido plantado à beira mar!

Conquistado aos Mouros, tendo vencido todos os despiques,
 em 1139, no Alentejo conquistou, Ourique, não chegou à Fuzeta
empunhando a sua espada, quando lá chegou, Dom Afonso Henriques,
  os que não tropeçaram, com a rabeta entre as pernas, puseram-se  na alheta.

À vida sempre tenho dado valor,
quando não estou alegre estou triste
nas pétalas de todas, não só duma flor
também sei que o perfume existe!

Como é que vos poderei provar,
de que estou sendo sincero
as vossas ideias não quero,
nem nunca as quis contrariar.

Venham daí comigo,
para vos poder mostrar
o Alentejo é como vos digo
 não vos estou a aldrabar.

Vão ver que tenho razão,
contribuindo para a felicidade
 do meu melhor amigo coração
 digo-lhe sempre a verdade!
(Edumanes)

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

"NÃO ARRISCO"

Ontem escrevi a cantar,
hoje escrevo em silêncio
amanhã se calhar
não sei se vontade tenho?

Ainda agora o dia começou,
se o Benfica hoje não perder
de certeza vai ganhar, ou empatar,
amanhã não sei se irei ver
o sol, no céu, brilhar?
Depois de amanhã não sei se cá estou,
para como foi poder contar!

Não navego à conquista,
de quem perdido não anda
porque tenho amor à vida,
há mar e mar...
Não arrisco enfrentar louca onda
porque posso ir e não voltar!
(Edumanes)

terça-feira, 27 de setembro de 2016

«NO PAÍS DA VONTADE»

Devagar vou andando,
não sei quando lá irei chegar
alegremente, para não chorar,
uma moda vou cantando.

Pararam a alta velocidade,
fizeram descarrilar o progresso
mergulharam o povo na austeridade
só não viraram o mundo do avesso.

Aqui «no país da vontade»
tem perfil de ditador
empestado de ruindade
semeia ódio quer colher amor!

Continua armado em alarve,
como quem tem o rei na barriga
apadrinhando a desigualdade
contra os pobres veneno vomita.

Como quer, asneiras, faz,
de arrogância empanturrado
pensará que é o único capaz,
de falsidade embriagado!
(Edumanes)

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

"SORRISO"

Semeei com esperança,
Sementes de amor,
Nas pétalas duma flor
Colhi o sorriso duma criança!
(Edumanes)

domingo, 25 de setembro de 2016

"NÃO PRESCINDO"

Como toda a gente tem a sua ideia,
pois eu cá não prescindo da minha
porque é que no mundo a miséria
alastra mais do que erva daninha.

Penso que a culpa é,
dos senhores da guerra
de falsidade repleta
apregoando a sua fé!

O terror, falta não faz,
distribuído com abundância
nunca no mundo haver paz
 os não deixará a ganância?
(Edumanes)

sábado, 24 de setembro de 2016

"GERINGONÇA"

Encontrei na minha caixa do correio. Enviado pela nossa amiga Maria Elvira. A tão falada e polémica Geringonça, que tanta inveja e dores de cotovelo tem causado aos calhordas da oposição! 

Eles queriam mais gamar,
mas, a Geringonça os impediu
por isso não se fartam de protestar
quem os vê agora e quem os viu.

De todo o mal que fizeram,
dizem que o actual está a mentir
aos pobres tiraram nada deram
 agora, não o querem admitir!

Ficam soberbos quando sobem ao trono,
do que prometeram depressa se esquecem
sem fundamento se descartam, portanto,
na oposição, os calhordas, muito prometem!
(Edumanes)

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

"SEJA BEM VINDO"

 Por nada sendo eu louco,
de fome não estou bramindo
 me contento com pouco,
  como dantes me contentava
para não levar um açoite
em silêncio não refilava
roendo uma pêra doce...
Não estou mentindo,
a desgraça anda à solta
pelo mundo em liberdade...
Não eram de farinha de aveia,
quando eu tinha tenra idade
papas de farinha de milho e açorda
todos os dias era a minha ceia...
Neste Outono bem vindo,
porque,  a união faz a força
estejamos todos juntos sorrindo
esperando melhores condições de vida,
dando à Nação o nosso melhor contributo
quer queiramos ou não em passo de corrida
caminhando para o desconhecido futuro...
 Como de nada me adianta ter pressa,
 em passo lento vou andando
para quando chegar a primavera
 ouvir os passarinhos cantando...
No campo sempre àquela hora
 canta o galo alegremente,
para acordar a gente
ao romper da Bela Aurora...
Não quero ir daqui embora,
para um lugar desconhecido
sem protestar adormecido
irei quando chegar a hora!
(Edumanes)

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

"DUM POBRE SE FAZ UM RICO"

Enquanto não houver uma limpeza,
na política, continua a mesma bodega
porquanto mais aumenta a pobreza
 no mundo a riqueza mais prospera!

À custa da exploração,
está mais do que visto
todos nascem em pelão
dum pobre se faz um rico!

Rico, mas não sincero,
a expensas da pobreza
de que mude eu espero
toda a vida na incerteza!
(Edumanes)

terça-feira, 20 de setembro de 2016

"MORTE, SILÊNCIO, OU NADA"...

Morri, traidor!
Morri pela tua boca.
A infâmia, é honra que te sustem
E não a que me toca.
Outros infelizes,
Te acham sabedor,
Digno de louvor
Por uma Pátria traída.
Isto não dá vida
Aos que se doaram com Amor.
A (minha) Pátria, traidor,
Contigo não tem saída,
Nem com quem te faz maior.
Cair da janela, foi pouco
Para um trair tão louco,
Que, de Poder, teve anelos.
Lembra as glórias da vida,
Onde a justiça foi tida
Numa Pátria alvoroçada.
Portugal tem, na História,
Nobreza, saber, firmeza,
Mas nunca a falsa glória.

Aos Migueis de Vasconcelos,
Morte, silêncio, ou nada...
Santos Oliveira
16NOV2016
Poema, do Sargt Santos Oliveira, lembrando o acontecimento
de 16Nov1964, na Guerra do Ultramar,  Ilha do Cômo-Guiné.
Homenagem solidária aos Camaradas seus subordinados, no Pel. Indep. de Morteiros 912 e abrangendo todos os  militares da
Companhia de Caçadores 557, que, nessa noite, “foram” Massacrados, segundo as palavras falsas, intencionais e conscientemente proferidas, na Rádio de Argel.